SONETO DA ALMA
É dela o meu corpo em vitalidade,
Disso não fujo sequer um instante.
A minha é livre, trago com sinceridade
Que dela, também, sou amante;
Minha melhor companhia e amiga
E, sem dúvidas, a maior disparidade
É que dela afirmo ser uma inimiga
- Pois é dela a minha realidade;
De dentro de tu, louca e rica alma,
É que tiro as minhas tais verdades.
Então diga a mim, ó minh'alma,
Da minha tamanha mediocridade;
Que afoga pífios grandes planos
De um jeito tão, às vezes, desumano!