HOMENAGEM A MÁRIO QUINTANA

Escrevo diante da janela aberta.

Minha caneta é cor das venezianas:

Verde!... E que leves, lindas filigranas

Desenha o sol na página deserta!

(Mário Quintana)

HOMENAGEM A MÁRIO QUINTANA

(Mario Roberto Guimarães)

Enquanto escreves um raro soneto,

Frente à janela de onde aprecias,

Do majestoso sol, raios que alias

A cada estrofe, quarteto ou terceto,

Vês que eles brincam nas linhas vazias,

Traçando as formas de um cáos completo,

De forma tal, que te quedas, inquieto,

Sem mais saber sobre o que escrevias...

E essas luzes que assumem formas tantas,

Mostram que, mais do que observador,

Da própria paisagem fazes parte...

Então, deixas de lado a tua arte,

Para reconhecer o esplendor

D'arte maior com que, feliz, te encantas.

Bom dia, amigos.

Ótima quinta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Obrigado, Solano, pela primorosa interação.

"A JANELA, O SONETO E ELA."

Solano Brum

Enquanto espero - debruçado na janela -

Junto, uma esperança ao pobre coração,

Assistindo o sol - Na tonalidade amarela,

Montar na tarde, sua última encenação!

Enquanto espero - e já brotam semanas...

Fazem-me visitas, estrelas enciumadas,

Raios de lua, vazados pelas venezianas

Sob cama e lençol, até horas avançadas!

As vezes, diante desse quadro exposto,

Meu Soneto é sem vida; é quase nada;

A caneta, emudecida, nada mais apela!

Mas, tudo que vejo, por fim, faço gosto...

Há esperança em minh'alma apaixonada;

Verde, na moldura das bandas da janela!

(Solano Brum)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 26/11/2020
Reeditado em 26/11/2020
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