UM EMBARQUE
Ao observar crianças brincando, num parque,
encantei-me com a empatia entre elas.
Ouvi: – No cimento, seus pés não marque!
Se caíres: – Não venhas com chorumelas.
Gritei: – Por favor, a reunião remarque!
Coloquei-me em meio às brincadeiras delas.
Não perderei o carreteiro de charque,
mesmo tendo de ir ao cais içar velas.
Quero que meu coração a tudo abarque,
tanto de coisas ruins quanto de belas,
para que de aprendizados se encharque.
A fim de nada esquecer, pintei telas.
Neste andar, aspiro que alguém embarque
e criemos a nossa história e a delas.