Soneto

Soneto

Do meu tempo infantil eu não esqueço

Nem também dessa minha diabrura

A minha infância vivi pelo avesso

Como vive a mais tosca criatura

Eu não ligava pra ordem e nem apresso

Eu adorava sem medo a travessura

O meu prazer vulgar de ser travesso

Me levava a mais rude desventura

Eu brincava arredor do tamarindo

Escanchado no meu carneiro lindo

Que fizera o meu gosto de menino

Da janela do alpendre ouvira a voz

Da minha mestra gritando entre nós

Não maltrate o carneiro seu cretino.

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 23/11/2020
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