Soneto
Soneto
Do meu tempo infantil eu não esqueço
Nem também dessa minha diabrura
A minha infância vivi pelo avesso
Como vive a mais tosca criatura
Eu não ligava pra ordem e nem apresso
Eu adorava sem medo a travessura
O meu prazer vulgar de ser travesso
Me levava a mais rude desventura
Eu brincava arredor do tamarindo
Escanchado no meu carneiro lindo
Que fizera o meu gosto de menino
Da janela do alpendre ouvira a voz
Da minha mestra gritando entre nós
Não maltrate o carneiro seu cretino.