Soneto do insondável sonho
Ó deléveis sonhos de estranhas formas,
Formas informes de verdade etérea,
Formas nebulosas, assim aéreas
A visitar-me na isenção das normas...
Que tanto regem, e a vida se torna
Um rosário de batidas histórias,
Bem cravadas, sim, em nossas memórias,
Mas de um jeito que às vezes nos transtorna,
Face vívida das poucas certezas
Tão incertas de um universo incerto,
Sem embargo das enormes belezas...
E, então, ó formas de sutilezas,
A florescer no espírito deserto,
Sois um oásis de boas estranhezas.