Ao cair do sol tudo é noite
De todos caminhos que trilhei
Guardo as pedras em que pisei
As flores que colhi e não reguei
E as dores que vivi e as que neguei.
Empilho as pedras. Faço pilha.
Construo nos destroços minha ilha
Onde tudo reluz, mas tampouco brilha
Onde teu trem, quando vem, descarrilha.
Velejo sem rumo, sem prumo.
No fim, me afasto de mim.
Ao cair do sol tudo é noite!
No início dá-se beijos
Depois entrega-se a desejos
E no fim tudo é açoite.