Edgar

Edgar

à Edgar Allan Poe

Perambulando lá vai solitário

O notívago segue seu caminho

Blasfemando, na mão o escapulário.

Em outra mão um cálice de vinho

Ébrio de novo em busca de carinho

Na taverna com Azevedo e Macário

Rabisca versos em um pergaminho

Declama poema em tom funerário

De volta à rua põe-se então errante

Caminha nas nuvens - nefelibata

A estrela da sorte brilha distante

O gato preto do azar que maltrata

“Nunca mais” repete o corvo constante

Viver: castigo cruel que o mata

@celsohenriquefermino

Celso Henrique Fermino
Enviado por Celso Henrique Fermino em 20/11/2020
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