Águas
As águas correm na ribeira, do lindo campo,
na serra de Monchique, entre juncos e enguias,
que nadam nos largos pegos de tanto encanto.
As borboletas voam nas margens como guias.
E eu menino loiro, brincava com os cágados,
para apanhá-los na água, muito fugidos...
Depois comia nêsperas da nespereira, perto do tanque .
E punha os meus barquinhos de papel no lago grande.
Dizia que o largo lago era o mar, do meu tio João,
e assim homenageava o tio que me tinha afeição.
Ele tinha uma traineira no mar de Alvor e Portimão.
Depois subi o caminho íngreme e com pedras,
vim para a morada minha, onde com musgo na mão,
Construí um presépio de ilusão com pedras e ervas!