Águas

As águas correm na ribeira, do lindo campo,

na serra de Monchique, entre juncos e enguias,

que nadam nos largos pegos de tanto encanto.

As borboletas voam nas margens como guias.

E eu menino loiro, brincava com os cágados,

para apanhá-los na água, muito fugidos...

Depois comia nêsperas da nespereira, perto do tanque .

E punha os meus barquinhos de papel no lago grande.

Dizia que o largo lago era o mar, do meu tio João,

e assim homenageava o tio que me tinha afeição.

Ele tinha uma traineira no mar de Alvor e Portimão.

Depois subi o caminho íngreme e com pedras,

vim para a morada minha, onde com musgo na mão,

Construí um presépio de ilusão com pedras e ervas!

HelderDuarte
Enviado por HelderDuarte em 19/11/2020
Reeditado em 19/11/2020
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