SAUDADE MATREIRA
Ysolda Cabral


A espera desse Dia ir embora,
vejo o Tempo passar lentamente.
Pássaros se recolheram inda agora,
numa Pousada tão reticente!...

Ah, os sons daquelas Auroras!
Sei que vou lembrar eternamente,
e que seguirão comigo Vida afora,
em todo Entardecer sem a gente...

E eis que a Saudade se apresenta.
Não lhe dou espaço e nem trela!
Mas, ela, matreira, se reinventa...

E, como evidência, diz não ser vela,
que vai ficar um pouco e se senta,
no mesmo banco que segredos sela.

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Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria
tristeza ou saudade sem pudor,
em arremedo de soneto. 

* Imagem ilustração Google