CONDÃO DE PRAZERES
Engulo a distância que insiste em reter-nos
em bolhas distintas de sonho jorrando,
constante, o condão de prazeres supernos
que habitam amantes, no afável e brando.
Então a distância engolida a desvelos
se mescla ao condão prazeroso, de encanto,
e nos irmanamos, laçados, em elos,
tal fosse um milagre carnal, sacrossanto.
Porém, de repente, percebo: a façanha
não fez-se em verdade, faz parte do sonho
que instiga os feitores de gozos sozinhos.
E entrego-me à queda do império, que assanha;
o chão, com semente vital, recomponho.
Refeito, eu me ponho a adorar passarinhos.