Apologia pro vita sua
Não negarei de meu crime a gravidade;
Como vês, de modo algum estou agitado.
Há muito inclusive o tinha planejado,
Pois nunca gostei muito dele na verdade.
Meu ser tremia, cheio de felicidade,
Após cortar-lhe a cabeça com um machado –
Não me importo se ficarei encarcerado,
Portanto admito-o com toda a sinceridade.
Uma coisa, porém, devo eu indagar:
Se uma árvore com meu machado atacasse,
De igual modo virias a me condenar?
Decerto, Meritíssimo, me perdoasse
Se um ser que não sangra – e nem sabe falar –
De tal modo cruel assim também matasse?