Eu componho versos como quem chora
“Eu faço versos como quem chora
de desalento... de desencanto”
Manuel Bandeira
Eu componho versos como quem chora
A dor terrível de alguma mazela...
Estou chorando diante da janela,
Compondo aflito este soneto agora...
Na noite escura que nasce lá fora,
A aflição de outro choro me revela
Que o que sinto é somente uma parcela
De toda dor que existe noite afora.
Ah! Se pudessem meus versos banais
Oferecer um pouquinho de paz
A esta noite delirante e sombria...
Mas nem mesmo sobre a dor em meu peito
Estes meus versos têm algum efeito...
Para que serve, então, minha poesia?
Wedmo Mangueira - 27/06/2005