O lodo e o ventre
O lodo e o ventre
A borboleta que na primavera
as rosas beija com boca vermelha
sorrateiramente como pantera
que com olhar seduz a doce ovelha
As rosas se rendem então à fera
Sentem no peito a primeira centelha
do incêndio que se faz e se assevera
Com um sorriso de orelha a orelha
Uma mistura de medo e prazer
arde um arrepio pelo corpo todo
Como a primavera não é pra sempre
a borboleta sem noção de ser
vê a flor decompondo-se no lodo
e a lagarta nutrindo-se em seu ventre
@celsohenriquefermino