Ah! Em pulcritudes envolta estavas...
Ah! Em pulcritudes envolta estavas,
No silêncio das ruas tão tristonhas...
Lenta, vi a tarde, lenta que passavas,
Como a alma serena de quem sonhas.
Do passado, sozinho, recordavas,
Entre aromas de flores pelos ares...
Seguias a tarde lenta que passavas,
Como a alma levando seus pesares.
Entre os túmulos ias a planger,
Dolências d'um velho cemitério
Nas brumas de mais um entardecer.
E entre as mágoas fundas desta vida,
Vibraste da saudade teu saltério
Nas sombras d'uma lápide esquecida.