Dívidas

Dívidas

Oh, vida! Não te quero assim tão mal

Não me seduz mais as suas ofertas

Consome-me o diário ritual

Monótono como as vistas abertas

Imersas na escuridão abissal

Lar eterno das criaturas incertas

Talvez como seja eu, afinal:

Sangue vagando por veias desertas

Oh, morte, a mais sensata solução!

De olhos fechados não me enxergo assim:

Um verme em barganha com a expiação

por uma dívida que não tem fim

no espelho, um dedo em riste me aponta

Reclamando a minha última conta

#celsohenriquefermino

Celso Henrique Fermino
Enviado por Celso Henrique Fermino em 13/11/2020
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