CORPO ESTRANHO
Minha alma amortalhada se avoluma,
Movimento de sombras esquecidas
Em meus olhos, coágulos e escuma
Boiando solidões, lembranças idas.
Na dor fadada tanto se acostuma
Com cada perda, lutas desistidas...
No tempo resumindo nada, em suma...
Corrimento doente das feridas.
No corpo velho pêndula resiste,
Vaga luz à penumbra decomposta
Da vida seca - quase nem existe.
Insiste mover ossos, nervos , passos
A carne podre, o cheiro que antecede
O fim que todo dia se sucede