CORPO ESTRANHO

Minha alma amortalhada se avoluma,

Movimento de sombras esquecidas

Em meus olhos, coágulos e escuma

Boiando solidões, lembranças idas.

Na dor fadada tanto se acostuma

Com cada perda, lutas desistidas...

No tempo resumindo nada, em suma...

Corrimento doente das feridas.

No corpo velho pêndula resiste,

Vaga luz à penumbra decomposta

Da vida seca - quase nem existe.

Insiste mover ossos, nervos , passos

A carne podre, o cheiro que antecede

O fim que todo dia se sucede

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 12/11/2020
Reeditado em 17/08/2024
Código do texto: T7109907
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