DA IMPERATRIZ À PRINCESA
- No Reino de Olissipo –
Este é o auspicioso século Vinte e Um
Vinte séculos após o fabuloso Império,
Em que o poder total vincou seu magistério
Num perene carisma fora de comum.
Todos os povos com memória, um a um,
Perderam sua alma em triste vitupério,
Esmagada a cultura com audaz critério,
Criando uma fatal vingança cem por um.
Os senhores da Coroa herdavam seu reinado
Gozando de um prazer tão longo e sustentado
No escravizado sangue à sombra da riqueza…
Se o deslaçado Górdio em clima de ironia
Pela mão dos Barões gerava Tirania
Qual será das actuais Matronas a surpresa?
Já não havendo Górdio, mas, porém, Europa,
Importa deslaçar se vai de vento em popa,
O que Ângela & Úrsula propõem com subtileza…
Chamada de «bazuca» esta proposta é sopa
Feita de pedra ou, quem sabe, outra grandeza
Que ao Reino de Olissipo ponha à queima-roupa!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA