UMA VOZ QUE CLAMA NO DESERTO
Falei ao mundo das coisas belas do coração,
Mas poucos quiseram partilhar da mesma emoção.
Cada um, sozinho, se via inebriado pelos magnetismos
Provindos da fúria sedutora de seus ismos.
Guerras de discursos sem elementos de verdades
E ódios sorrateiros em ímpetos cegos de inimizades:
Assim foi, nesse deserto, a minha estranha vivência
Entre muros altivos deixando de fora a clemência.
Quis encontrar um lampejo de luz para a reciprocidade,
Mas muitos corações se mantiveram na insensatez,
Afastando a chance da verdadeira proximidade.
Vivi em longas noites de sorrisos cheios de rispidez
E de olhares de quase imperceptível sagacidade.
Então é que percebi: só havia infertilidade e aridez...