MIGRANTE

Vem pra Metrópole, grande cidade,

arranha céus, portões, cadeados,

os crimes por todos lados

acha só o pavor como caridade.

Com fé o sertanejo a invade,

calçada como teto, sonhos roubados

fome e dureza por todos lados

não tem mais sertão nem felicidade.

Sua nova morada agora é a rua,

não consegue ir pra frente nem recua

"Uma esmola, por favor": seu trabalho.

No sertão se acostumou com a fome

de fartura, aqui, nem ouve o nome

e segue sustentado com o migalho.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 10/11/2020
Código do texto: T7108348
Classificação de conteúdo: seguro