PASSOS DELIRANTES

De lôbregos degredos, já distantes,

levantam-se sorrisos renascidos

e, soltos, reverberam alaridos

na claridade muda dos instantes.

Bailando sobre os sonhos consumidos

na lentidão de passos delirantes,

alegram-se meninos saltitantes,

da doce travessura embevecidos.

Em fina sintonia, os dois parceiros

percorrem a beleza dos roteiros

outrora censurados, um flagelo.

O intenso resplendor me denuncia:

dos olhos me arrancaste a nostalgia

e no lugar pintaste um rosto belo.