A VELA ACESA
Olhava para aquela chama, inebriada.
Um prisma de cores em nuances. Incandescente.
Hora vermelha, hora azul, hora amarela.
Hora apenas um brilho singular e ofuscante...
Era uma singela luz, no meio do nada.
Projetava sombras bruxuleantes no chão,
na cadência da brisa que soprava displiscente
e jogava a chama, de cá prá lá, dançante...
Por que a vela estava ali a queimar, tão bela?
Alguém a colocara... era Finados, e em oração
pedia luz, certamente, para a pessoa amada!
Que iluminasse, que mostrasse o caminho
a quem por uma saudade jamais sanada,
oferecia uma luz, no gesto infinito... de carinho!