JÁ NÃO HÁ MILAGRES
“Da Arte do Soneto”
Não há milagres nesta azul Constelação
Abundam, todavia, os “doutos” e as quimeras
Sofrendo as Letras co´ as chagas e co´ as esperas
Suspirando que venha um Dom Sebastião.
Só há estilos de poemas sem jeito e presunção,
Cada modelo enferma de farsas e megeras,
Enquanto a Arte pura é devorada p´ las feras
E os fracos vates não dizem sim, nem dizem não.
Do Mundo da Cultura ignoram-se as respostas
Nem mesmo a Literatura, nos foros, entretém
Enquanto qu´ à Poesia há quem lhe vire as costas.
Ó poeta honesto, que te encontras tão refém
Sobe deste Horizonte as íngremes encostas
Para vislumbrar se o teu Sonho já lá vem…
E, se não há Milagres, só tens uma atitude:
Enfeita o teu Soneto daquilo que tu gostas
Para que ele tenha dignidade e mais virtude!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM