JÁ NÃO HÁ MILAGRES

“Da Arte do Soneto”

Não há milagres nesta azul Constelação

Abundam, todavia, os “doutos” e as quimeras

Sofrendo as Letras co´ as chagas e co´ as esperas

Suspirando que venha um Dom Sebastião.

Só há estilos de poemas sem jeito e presunção,

Cada modelo enferma de farsas e megeras,

Enquanto a Arte pura é devorada p´ las feras

E os fracos vates não dizem sim, nem dizem não.

Do Mundo da Cultura ignoram-se as respostas

Nem mesmo a Literatura, nos foros, entretém

Enquanto qu´ à Poesia há quem lhe vire as costas.

Ó poeta honesto, que te encontras tão refém

Sobe deste Horizonte as íngremes encostas

Para vislumbrar se o teu Sonho já lá vem…

E, se não há Milagres, só tens uma atitude:

Enfeita o teu Soneto daquilo que tu gostas

Para que ele tenha dignidade e mais virtude!

Frassino Machado

In INSTÂNCIAS DE MIM

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 05/11/2020
Reeditado em 05/11/2020
Código do texto: T7104436
Classificação de conteúdo: seguro