VERBO

Em fronhas de breus ando a nascitura

Voz entre abas escuras, dobras várias

Onde forjo arpejos, lume que apura

O sopro do Deus que me fez seara:

Sou terra antes de me fazer homem

Depois do sopro sou verbo e fonte

Soma da voz e seu adnome

E o lume a mais que se me defronte.

Nada não há em mim senão o arconte

E o facho fugaz na voragem onde

O mundo nasce e morre a todo instante:

Fogo nascituro afinal a fonte

Sopro de vozes no corpo sonante

Fulgor que morre e nasce a todo instante.

Vilma Silva
Enviado por Vilma Silva em 02/11/2020
Código do texto: T7101871
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