Soneto Platônico

Olho atônito o céu sem vida e silencioso,

Sou um cativo que observa as sombras da caverna

Sem ver, além do cosmo, o Bem esplendoroso,

Sem ver, além do efêmero, a Verdade eterna!

Mas... Oh! Eis que surge límpida a Filosofia,

Livrando, agora, meu espírito da ilusão...

Fazendo o preso ver de novo a luz do dia

E atentar para as coisas que de fato são!

A alma humana essencialmente é racional,

E a razão me faz ver que é eterna a Beleza

E fugaz a potência enganosa do mal!

Na bondade também reluz o verdadeiro,

Tal como a água, melhor é a alma com pureza...

Virtuosa, a razão liberta o prisioneiro.