Saudoso náufrago


Saudades! Tantas nos tem se temos ninguém.

E esse sentimento, quem será que edifica:

A aquele que espera e fiel sempre fica

Ou quem jura que vem e nunca mais vem?

 

E por que só o Português é quem tem?

É a algúria nos olhos dos vãos navegantes

Na busca afogada de horizontes distantes

Com opacas auroras que não lhes convém?

 

Já não basta o canto das bacantes sereias

Ao comerem a carne e o ouro nas veias

Da vela e convés do meu ínfimo ser!?

 

Não! Meu melhor tesouro eu já tinha perdido

Pois nas léguas feridas dos ciclos partidos

Tem o dia vazio sem o Sol de você.