A carta
[...] chegaras quente como o fogo de luar.
Trouxeste o corpo teu em forma lua ardente,
em forma chama instante, ardendo docemente,
me amando loucamente até o sol raiar [...]
[...] e foste embora, mas ficaste no lugar.
E sem que saibas, inda estás aqui presente.
Duvidas? Tu fugiste e não da minha mente
que guarda na memória o beijo e o teu amar [...]
[...] noite insiste em nos chorar no seu sereno,
enquanto estrelas vão brilhando na saudade,
enquanto um tanto louco escrevo-lhe esta carta...
em versos que instam ora intensos, ora amenos.
Num mar de sentimento afim, e de verdade,
e a fim de que reflitas antes que tu partas.