FAZ TEMPO
Faz tempo
que não espelho as mágoas,
que derramo a lágrima,
que conto para os amigos,
que desabafo no teclado.
Faz tempo
que não finjo de poeta,
que rinco com s palavras,
que invento termos,
que dou nó no português.
Faz tempo
que a tinta acabou,
que a memória surtou,
que a esperança morreu,
que o amor nem amigo ficou.
Faz tempo
que da vida não faz parte a rima,
que do querer só entende sofrer,
que do papel virou latrina,
que do teclado restou abatimento.
Faz tempo
que do tempo faz,
que do restante restou resto,
que do dia soprou noite,
e que da noite, espirou um verso...