FAZ TEMPO

Faz tempo

que não espelho as mágoas,

que derramo a lágrima,

que conto para os amigos,

que desabafo no teclado.

Faz tempo

que não finjo de poeta,

que rinco com s palavras,

que invento termos,

que dou nó no português.

Faz tempo

que a tinta acabou,

que a memória surtou,

que a esperança morreu,

que o amor nem amigo ficou.

Faz tempo

que da vida não faz parte a rima,

que do querer só entende sofrer,

que do papel virou latrina,

que do teclado restou abatimento.

Faz tempo

que do tempo faz,

que do restante restou resto,

que do dia soprou noite,

e que da noite, espirou um verso...

palavrasdeesgoto
Enviado por palavrasdeesgoto em 25/10/2007
Código do texto: T709776