PROCURA-SE...
Eis-me aqui d'alma aberta e sem patranhas!
Qual pregão nos beiços de altifalantes,
Cuspindo mil centelhas das entranhas
P'ra rumos tão dispersos nos quadrantes...
Se acaso brilhos tais causem brasume,
Num qualquer peito aberto e destemido
Que grite à desgarrada, lá do cume
Onde meus olhos vejam seu sentido!
E o tempo dirá, se escrito na sorte,
Se vem nas horas (bem antes da morte!)
O fogo intenso e gémeo, a mesma calma!
Senão, irei além do que é o meu tempo...
Gritando aos confins do firmamento:
- Espero outro existir... a mesma alma!
2020-10-26