A Arte da Perversidade
Toda vez escarnece aquilo que outrem deseja.
E sei de sua conspurcação, mas não lhe maltrato,
Reconheço sua beleza, porém a não idolatro.
E pode dissimular enquanto orquestra a peleja.
É inútil. Já está evidente o seu tétrico teatro,
Pelo vitupério que no olhar sempre despeja.
Isso alardeia o diabólico ardil que tanto almeja,
Nesse seu coração macambúzio e bem atro.
Os atributos melífluos não rescindem o fel,
Desvendo sua ânsia de cuspir no meu mausoléu,
Num mesmo sorriso pulcro em que habita o mal.
As trevas lhe acompanham desde a tenra idade,
Deram-lhe a docência na arte da perversidade,
Levando-lhe a barganhar sua alma com Belial.