Infrene

"A arte termina na forma, mas é na emoção que começa."

FERREIRA, Vergílio “Arte Tempo”, edições rolim

Fúlmen, Plutão, borrasca, saraivada,

Taranis de Lucano que abalroa.

Alopsíquica, norte, eixo ou genoa?

Voragem insana que insta a mente alada.

Na fímbria dos meus dedos, quente, ateada,

Ela freme, no enlevo, ábsona soa

A toada, como intrínseca garoa,

Incoa a reivindicar voz n'alvorada.

Geometrizo-a em criação ilocucional,

Adstrinjo-a, tecnicizo-a em fria escansão

Aflo a sublimidade com a qual

Balizar a invernia, a febre de então.

Expugno o caos babélico afinal

À infrene, incompta, incôndita - a emoção.

Rute Iria
Enviado por Rute Iria em 25/10/2020
Código do texto: T7095674
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