Ode a uma mosca
Ó pequenina mosca em meu pulso pousada,
Limpando as longas patas tão graciosamente!
Olhando-te assim, tão roliça e reluzente,
Mais me pareces que de latão foi lavrada.
Invejo-lhe tua vida tão descomplicada;
Nenhuma agrura lhe perpassa pela mente.
De tua existência o dilema tão somente
É se tua fome será hoje saciada!
De que forma haveria de lhe afetar
Saber do atual estado da economia
Ou dos impostos que a Coroa vai cobrar?
Todas as minhas posses abandonaria
Para que cedesses a mim o teu lugar,
Mesmo que fosse só ao decorrer de um dia!