Não me peça poema

Ei, não me peça poema, não me peça.

Não me peça que já não mais escrevo.

Matou a inspiração de mim esse tédio,

Olhe-me, vês agora? Ao todo só devo.

A caneta treme, o verso se estressa,

Tonto, indago, cadê as folhas do trevo?

Quem colocou a vida fácil no médio?

Ah! Como o tempo é doloroso e sevo!

Fumo a vida nesse forte cachimbo,

Quero correr como fugir do limbo,

Escapar daí e subir para o paraíso.

Mas é covarde todo esse cansaço,

Treme na base para o imenso braço

Da Boemia que rir com a cerva o riso.

Kûatiasarusú
Enviado por Kûatiasarusú em 22/10/2020
Código do texto: T7093575
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