MARCHA FÚNEBRE.
Sou assim como uma cria prematura,
Dentro do denso vórtice da existência,
Condenada do berço à sepultura,
Morrendo desde que nasci.
Olhos d'um castanho tão triste,
Entremeio aos ossos quebrados, cresci.
Enterrando na carne todo herói que existe,
Sendo devorada por um austero vazio.
Com uma alma tão chuvosa,
E, como o inverno, um peito tão frio;
Em eterna cantoria lamuriosa,
Uma marcha fúnebre ensaiei,
Remexendo com as próprias mãos a cova na qual me enterrei.