O POETA E O SEU POEMA
Diz a nossa sabedoria popular, Helando,*
Que um poema escrito é como um filho
Que nos pertence apenas na vida quando
Ele está dentro de nós em pleno fervilho.
Saiu, passou a morar numa folha em branco,
adquiriu autonomia, não nos pertence mais.
Sob atento olhares pulula como saltimbanco
Em busca de reconhecimentos não só literais.
O poema nos representa na nossa ausência.
Submete-nos a um julgamento bem à revelia.
Que se aprovado, valeu a coragem e resiliência.
Aquisição de leitores é sinônimo de imortalidade,
Mesmo sem ser membro d’uma literária academia;
Pois uma boa leitura e análise conduz-nos a eternidade.
O FILHO DA POETISA
** Poeta e escritor Helando Marques de Souza