Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Cecília Meireles
***
Dialogando com Cecilia Meireles
Eu não tinha este rosto magro e triste,
nem estes vincos tantos, que hoje tenho,
que formam, do passado, esse desenho
que, em meu semblante amargo, agora existe.
Esse tremor, que é tão presente, insiste
e escapa em minha voz, de tom rouquenho,
cansaço, que me mói em seu engenho,
a me afirmar que o corpo não resiste.
Também não tinha as mãos paradas, mortas,
um coração que, aos outros, fecha as portas,
embora a vida, em versos, sempre abrace.
Mudanças previsíveis, no conjunto,
jamais as percebi... E me pergunto
em que espelho perdi a minha face...
Edir Pina de Barros
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Cecília Meireles
***
Dialogando com Cecilia Meireles
Eu não tinha este rosto magro e triste,
nem estes vincos tantos, que hoje tenho,
que formam, do passado, esse desenho
que, em meu semblante amargo, agora existe.
Esse tremor, que é tão presente, insiste
e escapa em minha voz, de tom rouquenho,
cansaço, que me mói em seu engenho,
a me afirmar que o corpo não resiste.
Também não tinha as mãos paradas, mortas,
um coração que, aos outros, fecha as portas,
embora a vida, em versos, sempre abrace.
Mudanças previsíveis, no conjunto,
jamais as percebi... E me pergunto
em que espelho perdi a minha face...
Edir Pina de Barros