Ausente...
“Amar! Mas d’um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
D’uma douda cabeça escandecida...”
Antero de Quental
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Ó bela dama, em meu devir preciso
Do teu olhar que me conduz aos mares...
Em nossas vidas imagino altares,
Perdido dentro em teu gentil sorriso...
Devota sempre àquele santo aviso!
Se serva mesmo, vai cantando aos ares...
Ensina, então, a proferir Cantares...
Permite ao menos... enxergar... um riso...
Em meus ouvidos repercute calmo,
Um hino alegre, ao Redentor, num salmo:
"Apaga, em breve, a tão mordaz distância!"
E agora eu sinto ao coração presente,
Um bem-querer que me machuca; e ausente,
Eu vou sonhando co'a sutil fragrância.