BOTÃO DE ROSA

BOTÃO DE ROSA

Feriste-me a sangrar o peito em vez

De aceitar-me um botão de rosa aberto...

Passaste o nosso amor a descoberto

N'um misto d'esperança e insensatez.

Dar o que não se tem é intrepidez,

Mas a esperteza não valeu ao esperto.

O mercado do amor andava incerto...

Demasiado incerto a ti talvez.

Voltas ao meu jardim determinada

A reaveres a rosa desdenhada,

Aceitando-me o que antes rejeitaste.

Outro inverno, porém, desfolhou tudo.

N'aquele roseiral, hoje desnudo,

Outrora despontou a rosa em haste!

Betim - 09 09 1996