VELHA INFÂNCIA

À criança perdida no meio da estrada...

Mas que busco afinal, que miragem acalma

tão inquieta procura em um mundo já findo?

[Mario Quintana]

Crepúsculo senil que já se finda

Nas ondas nebulosas sobre o tempo,

De súbito aqui dentro procuro ainda...

Vestígios da menina pelo vento!

Nas páginas ocultas da memória

A vejo como se tão feliz fosse!

Em trechos mal escritos, uma história...

Contada nos azuis do algodão doce!

Brinquedos espalhados pelo quarto,

Os galhos balançando no cipreste,

Pegando-lhe nas mãos, com ela parto

No vão descomunal do arco-celeste.

Assim todas as noites, me reparto:

Noturna infância que de ocos se veste.

Alessa B
Enviado por Alessa B em 11/10/2020
Código do texto: T7085096
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