VELHA INFÂNCIA
À criança perdida no meio da estrada...
Mas que busco afinal, que miragem acalma
tão inquieta procura em um mundo já findo?
[Mario Quintana]
Crepúsculo senil que já se finda
Nas ondas nebulosas sobre o tempo,
De súbito aqui dentro procuro ainda...
Vestígios da menina pelo vento!
Nas páginas ocultas da memória
A vejo como se tão feliz fosse!
Em trechos mal escritos, uma história...
Contada nos azuis do algodão doce!
Brinquedos espalhados pelo quarto,
Os galhos balançando no cipreste,
Pegando-lhe nas mãos, com ela parto
No vão descomunal do arco-celeste.
Assim todas as noites, me reparto:
Noturna infância que de ocos se veste.