FLOR DA PERDIÇÃO
Encharco no licor açucarado
a sede imoderada, o beijo quente
e passo a rastejar morosamente
nas pétalas de toque aveludado.
Meu corpo se arrepia, transformado,
exala desatinos e pressente
o gosto do prazer entorpecente:
veredas sedutoras vejo, invado...
Nenhuma gota foge ao apetite
da fera incontrolável, sem limite,
domada apenas frente à lassidão.
Da minha insanidade a musa eleita
viceja em teu jardim, sorri, perfeita
e o nome dela é "flor da perdição".