E agora, esperança?
Anunciou o poeta: ouvir estrelas...
Em versos declamados ao luar...
Mas o choro é o único a ecoar
e lágrimas... impossível contê-las!
Poesia também se fez calar.
Melhor rima à tragédia é esquecê-la.
No labirinto das dores, perdê-la.
Conforme com as ondas, faz o mar.
Imerso em oceanos de tristezas,
difícil procurar por sutilezas,
que venham colorir nossos desertos.
Talvez seja o silêncio, o decassílabo.
Ibérico ou heroico... sempre lírico,
recitado por novos dialetos.
*interagindo ao magistral soneto “E agora, poesia?”, de Fernando Belino.