CHOVE À TARDE


Finalmente uma chuva benfazeja,
o ar limpo e o som que se propaga,
e minh’alma, sorver dela, deseja,
a umidade que vem da névoa vaga.

Chuva branda na terra se despeja,
na mata ela penetra e não alaga.
Uma a uma, nas folhas cai, goteja,
escorrendo ela desce e nada estraga.

Eu me exponho e caminho pela rua,
deixo à chuva que molhe os meus cabelos.
Tarde cinza trará noite sem lua,

se teus olhos, em mim, não posso tê-los.
Essa chuva, quiçá a dor dilua...
Quão distante estarás dos meus apelos?


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