A morte de uma musa
Eu não quero mais o meu amor em ti
E por toda a minha vida, não quero
Que o canto onde, por dor, me derreti
Seja outra vez o leito de meu Homero.
Os demônios com quais competi
São todos partes de um ser sincero
Angustias que tomei e repeti
No fim do dia resultam em zero.
Que esse seu cheiro desfaça-se em mim
Carregando-a para onde eu não a vejo
Aliviando de uma vez meu rim
E esse amor injusto do qual protejo
Sem dores ou beijos chega ao fim
Renascendo-me morto num lampejo.