SEGUNDO AMOR
-Basta! Os teus devaneios são lunáticos.
-Alheio, nem me vês, contando versos
Nesse teu mundo de outros universos,
Que não o meu, que chega a ser dramático.
-Casaste com a noite, és dos inversos...
-Tens olhos não pra mim, mas aos simpáticos
Brilhantes das estrelas, enigmáticos,
Que plantam-te lirismos controversos.
-Ora, não vês que tenho meus motivos?
-Meu compromisso e zelo com o belo
É coisa de minh'alma, é intuitivo.
-Entre meu eu e o céu existe um elo
Que nos prende e me deixa assim cativo
Desse segundo amor que não revelo.