ANCESTRAL
E sigo ao léu da vida, a ignota lei,
Descrendo das verdades que imagino,
E acreditando em tudo o que não sei.
[Bastos Tigre]
O vento vem soprando tristemente
A tarde no horizonte a fenecer,
As lâmpadas permanecem reluzentes
Luzindo nas esferas do meu ser.
O vento vai vertendo profundezas
Por tensos uivos vem me estremecer,
Jogada num abismo de incertezas,
--- Hostil viver a vida e não viver! ---
Vivendo neste mundo de aparência,
Persigo o sonho tolo sempre igual
Na frágil presunção de uma existência...
Humana, tosca, fútil e tão banal!
Delírio primitivo dessa essência,
Oculta nesse sopro sepulcral.