RODAS DO TEMPO
As cores da inocência em galerias
guardei para encantar os devaneios,
para enfeitar de amor esses passeios
de um andarilho pelos priscos dias.
Crescido, quando sei das agonias
das horas, vejo mais os meus anseios
gritarem porque não tiveram freios
as rodas de um engenho, as barbarias.
Por um momento, o sonhador atua:
cascalho, pés descalços, pouca gente
passando pela calma de uma rua...
Saudade me arrebata, vou em frente,
pois ela me suplica que eu construa
as cenas de uma infância diferente...