ALMA EM FLOR
Vergasta-me o cinzel das incansáveis horas,
sulcando devagar aquela juventude,
rompida indumentária à qual meu pranto alude
para se lamentar quando imagino auroras.
Reminiscências vêm, cada vez mais senhoras
dos devaneios nus, pois resistir não pude
às setas de emoção, à minha incompletude
perante a compunção de maldizer demoras.
Enxergo, atrás de mim, a imensidão da estrada,
onde consigo ver retalhos do tecido
usado nos festins e a pompa é relembrada.
Sem poder mais voltar no tempo consumido,
as lágrimas mergulho em uma gargalhada
porque minha alma tem o seu jardim florido.