Flor é só flor!

A verve de poeta anda travestida de amarguras.

A flor é só flor, que num dia ou noutro: despetala.

Toda grande sonhança delinda etérea, em agruras.

Havendo muita realidade - aturde - déu resvala.

Mesmo hirto fingidor - secas virtudes flamulam -

Içadas no mastro solene da noite desestrelada,

Alertando anchos entes que éons perambulam,

E cedo ou tarde, mapeiam vã longa fria estrada.

Todo puro ser, coagido a falar-se, atroz comove,

Das entranhas únicas - mesmas - o saber comum;

Encanta indomadas palavras, para que tudo trove.

Suspiro anistiado: sacode a poeira ardua do jejum.

Resoluto, alma viva em poesia: - se auto-comprove.

Feliz, se franqueando alar, vagando ad infinitum.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 29/09/2020
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