Os beijos já não dou

Saudade de momentos quando outrora

eu via a noite a sussurrar baixinho

uma canção suave e, no meu ninho,

eu aguardava outro clarão da aurora.

Ah, que saudade desse tempo ido

e que não volta! Essa lembrança eu tenho

e não me larga e, quando eu franzo o cenho,

a ingrata vem, me põe ao chão, ferido,

e não me larga mais. Doce saudade

eu vivo (aqueles beijos já não dou!)

e na memória se aninhou, por certo.

Eu acredito ver seu vulto perto,

e solto um riso, mas talvez já tarde.

Eu vivo agora um sonho que findou.

Paulo Camelo 23/10/2007 quase amanhã