"A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas
A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas"
-Da música Solidão de Amigos (Jessé)-
Que por si navegam nessas águas mansas
A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas"
-Da música Solidão de Amigos (Jessé)-
ÁGUAS
SANTAS
PASSADAS
...
(soneto das águas)
Por entre frestas se esvai
A gota dourada,acuada
Que farta, vertia outrora
Agora seca, sem forças,
Goteja, perambula, e cai
Fraquinha, sofrida...
Dorida, chorosa!
Bem antes, cachoeiras fartas
Bem, mais antes...
Sete lindas quedas, formosas
Descasos, maldades
Desassossegos, ameaças...
Eis, que a intensidade que tinha
Agoniza, na gota...
Sentida e teimosa!
Sem coragens, se esgueira pra finar-se
Ancorada por destroços e entulhos,
Em covas poucas e rasas
Fica ali/morre ali...
A lágrima seca dolente, dorida
Presa a escombros e gravetos
Nas beiras da vida.....
Morrendo, parada!
Hoje apenas um hiato tênue de águas
Essa que já foi, portentosas vertentes
Fonte em alamedas, perenes
Deu liga e moldou edifícios, mansões e casas
Abasteceu em bebidas, orgias e festas
Encheu nuvens brancas,
(agora negras...)
De chuvas esparsas, pesadas
Ficando na história real
Impregnada e esquecida
Em castelos de sonhos...
E ruinas concretas!
Embalada em frascos,
Perfumes requintados, baratos
Nos suaves ou fortes, mil odores
Nunca mais vai verter, vai correr
Pra gotejar sobre flores e rosas
Menos águas, num mundo de sofredores
Mas, que a guardo para sempre
Em meus versos...
De sonetos...
...poemas...
e prosas