NAVEGANTE SEM PORTO
Às cegas, te dou a mão,
E meu apoio te acolhe,
Se os dedos te enlaçam,
O coração te recolhe.
Ao tato, eu te procuro,
E estaco tal indeciso,
Como ser inanimado,
À cata dum só sorriso.
À espera, que te almejo,
Ao doce gosto do beijo,
Que a nossa boca anseia.
Ao ar, em que te ausentas,
A solidão se sedimenta,
Nesse vazio que me rodeia.
2.020